segunda-feira, 29 de julho de 2013

 Será que os trajes mais típicos são inspirados na época medieval porque temos a impressão de que as bruxas e magos são (e ficaram) nessa época? Se for isso, será que não temos um pequeno problema de auto-estima em relação a nossa condição de bruxas e magos e, por isso ficamos fixados no passado?
- E nós, bruxas e magos de hoje, o que vamos deixar para as futuras gerações em termos de tendência?
- Como continuar a ser uma bruxa em todos os ambientes que frequentamos e onde não podemos vestir roupas tão “exóticas”?
E a questão mais importante:
- Como descobrir e expressar nossa deusa interior em todos os ambientes que estivermos e conseguir passar uma mensagem pessoal de elegância e poder, dentro do nosso estilo de vida e características físicas?
Há muito tempo estou nesta busca, criando um estilo meu, minha forma pessoal de expressar minha religiosidade, procurando valorizar meus atributos, melhorar minha auto-estima e me apresentar como a sacerdotisa que sou em qualquer lugar que eu vá, me adaptando a cada ambiente.

Claro que muitas vezes chamo a atenção, pois não tenho receio de parecer diferente, porém, ao longo do tempo, palavras como “exótica”, que sempre me deixavam incerta... elogio ou crítica?... foram substituídas por “feminina” e “elegante”, que somadas a comentários positivos mais explícitos me dão mais certeza de estar na trilha certa.
É clara, em muitas culturas e religiões, a ligação da água com o feminino. No Brasil, nossa padroeira, N. Sra. Aparecida tem sua história relacionada a este elemento, pois sua imagem foi encontrada no Rio Paraíba por pescadores, em 1717.
Outra deusa, de origem yorubá, mas bastante ligada aos brasileiros, é Yemanjá, a Rainha do Mar, divindade que pode ser associada a N. Sra. da Conceição ou N. Sra. dos Navegantes, mas que é conhecida em todo o Brasil por seu nome africano e atrai milhares de turistas e fiéis em suas festas, com destaque para Santos –SP e Salvador – BA.
Nos dois casos, as divindades femininas estão ligadas à água e a cor de seus mantos é geralmente retratada na cor azul.
Azul também é a cor do manto de Maria – dos cristãos, Sta. Sara Kali – dos ciganos e Isis – dos egípcios.
A mesma cor, presente nos mantos de divindades importantes não é coincidência, mas se origina no fato do azul ser a cor da Deusa primordial, simbolizada pela crescente azul celeste      .
Em uma época remota, as mulheres celtas que dedicavam sua vida à Deusa, eram tatuadas com a crescente azul na testa e se referiam à Deusa como sendo aquela à quem elas “serviam”, não no sentido de submissão, mas no sentido de dedicação.
Atualmente, este culto já não existe em nossa dimensão, mas foi re-significado pelas religiões lunares atuais.
Porém, você não precisa participar de um culto lunar, como a wicca, para reverenciar e cultuar a Deusa que existe em você.
Claro que nem sempre parece ser fácil localizar o sagrado dentro de nós num mundo onde a jornada de trabalho (duplo) ocupa mais da metade de nosso dia, sem contar as horas no trânsito, o tempo dedicado aos filhos, familiares e à formação escolar.
Mas, dentro de cada mulher vive uma deusa, que é divina e merece ser cultuada para que não nos esqueçamos que somos mais do que nossa rotina diária, às vezes tão sem graça.
Se você espera mais da vida, comece fechando seus olhos e falando para você mesma em voz alta, sentindo o significado da frase:
 
- Eu estou na Deusa e a Deusa está em mim!
 
E sempre...
 
 procure observar cada fase da lua, olhando a lua no céu
 use as cores da fase da lua vigente e também roupas que identifiquem que você é uma mulher
 evite “aceitar” uma relação sexual porque te ensinaram que a mulher nasceu para servir o homem
 tenha orgulho em ser mulher e ter o poder de gerar outra vida
 reserve alguns minutos para você diariamente e se dedique somente a você, seja lendo um livro que você gosta, ouvindo uma música que te agrade, tomando um banho relaxante... enfim, sentindo prazer em estar só e em se dedicar a você mesma
 
Se puder, olhe bem dentro dos seus olhos durante estes momentos e procure algo em seu olhar que revela sabedoria, paixão, desejo, entusiasmo... busque estes sentimentos e estas expressões em seu rosto e quando você achar, olhe bem para sua Deusa interior, perceba a divindade e compare sua grandeza à pequenez dos seus problemas do dia a dia... ouça o chamado dela para que você, pelos menos em alguns momentos, possa se sentir parte de algo maior, pelo qual, sem dúvida, vale a pena qualquer sacrifício!
 
Liliane Provenzano (Liliane nh´a Lilith é iniciada em magia cigana, magia lunar, magia celta e magia egípcia, sacerdotisa de Hierosofia, instrutora e diretora do Instituto Ubiratan de Ciências da Religião e da Magia, professora universitária e mestre em Hospitalidade).
 
 
É comum relacionarmos o aspecto guerreiro somente aos Deuses ou homens, mas, em várias mitologias existem mulheres guerreiras, que lutam para defender seus filhos, pais, irmãos e amantes e que, nem por isso perdem a feminilidade e sensualidade.
O aspecto guerreiro da Deusa está ligado à lua crescente e não por coincidência, as divindades ligadas ao amor também estão relacionadas ao mesmo período lunar, talvez porque a Deusa combata em defesa daqueles que ama e sua crueldade está na mesma medida de seu amor.
Um exemplo dessas divindades vem da mitologia Yorubá, que nós brasileiros herdamos dos africanos: Yansã, a deusa dos ventos e das tempestades!
Yansã é muito conhecida por combater ao lado dos homens nos momentos de guerra, por isso é reconhecida por sua força e coragem. As músicas e desenhos desta deusa sempre mostram uma espada em sua mão e a ela recorrem os que precisam da Lei em suas vidas, pois Yansã “põe ordem na casa”...
Lutar significa se arriscar, tentar, entregar sua vida por algo que valha a pena... sejam idéias ou pessoas. Direcionar sua energia para conquistar algo que você realmente deseja, superando os obstáculos, poucos ou muitos, que estiverem no caminho.
Vejo que muitas vezes, as mulheres esquecem ou fogem das batalhas, outras vezes, gastam muita energia em batalhas sem sentido, pois fizeram a escolha errada.
Em nossa civilização atual, quase tudo é objeto de desejo, principalmente bens de consumo... Hummm!!! Aquele sapato!!! Aiiii!!! Aquela bolsa combinando... E toda luta se resume àquilo que o dinheiro pode comprar e o shopping center e os sites de compras ocupam o lugar do Sagrado... e já nem sabemos mais em que direção procurar o essencial....
Tá bom... que mulher não gosta de um belo sapato e de uma bela bolsa... mas se você daria sua vida por eles... acho que estas palavras não são para você...
Escrevo para pessoas que acreditam que há nelas algo que supera o humano-cotidiano, que buscam e anseiam encontrar pequenos momentos pelos quais vale a pena ter vivido toda uma vida.
E para essas, Yansã deixa sua mensagem:
  • As boas batalhas não têm por objetivo “amarrar pessoas” ou “ganhar coisas”...o segredo da luta é lutar com o coração... só o coração pode direcionar para onde a espada deve apontar...
  • Depois de escolhida sua batalha, use a razão para estabelecer estratégias de como vencê-la...
  • Respeite seu adversário, seja ele quem for, mas lute por seu ideal.
 
Com certeza seu coração vai agradecer... e o Universo também!!!
 
Eparrei Yansã!!!
 
 
 
Os povos antigos, antes mesmo da existência de nossa civilização, observavam a lua e seus efeitos sobre as marés. Alguns começaram a perceber que determinadas atividades davam mais certo em uma fase da lua do que em outras.
Desta sabedoria, foi nascendo a magia lunar que, entre outras coisas, é utilizar, da melhor forma possível, os benefícios que cada fase da lua oferece.
Para poder conhecer melhor quais são as atividades e fases mais adequadas, comece a treinar seu lado bruxa, procurando aproveitar a energia que está a disposição de todos nós, pois o disco prateado influencia sua vida mesmo que você não perceba, afinal a água está presente em mais de 70% de nosso corpo físico e se a lua tem influência sobre a água, ela igualmente nos atinge.
·         A lua cheia é o momento adequado para você gerar novas idéias, buscar soluções para seus velhos problemas, começar a pensar em novos projetos, como estudar, mudar de emprego, de namorado, de casa, aquele regime que você sempre quis e nunca começou...
Durante os dias que estiverem sob influência da lua cheia, permita-se sonhar com as situações que para você, seriam as ideais e fique “grávida” de novas idéias, novos projetos... E não esqueça, escreva TODOS.
 
·         Na próxima fase, que é a minguante, você vai perceber que vários planos e idéias que pareciam tão possíveis começam a soar meio ridículos, ou talvez muito difíceis de acontecer a curto prazo... então, chegou a hora de você olhar seus projetos com um ar mais crítico e analisar seriamente o que você vai poder mudar e o que, por enquanto, vai ficar por conta do destino... ou da sorte...
Reescreva as idéias que “vingarem” em outro papel, mas não jogue fora o anterior.
 
·         Quando a lua nova chegar, você vai sentir que pode realizar, que tem o poder de mudar a sua vida e então, dedique um tempinho todo dia para começar a mudança, ponha em prática as idéias que ficaram após a peneira da lua minguante.
 
·         Faça isso lentamente, um pouco a cada dia e quando a lua crescer no céu, seu “fermento” preparado durante a lua nova, vai começar a fazer efeito, porque mesmo que devagar, você vai ver que suas pequenas ações diárias vão crescer e, em pouco tempo talvez, você já estará vivenciando algumas das situações sonhadas.
 
E aí, chegou a lua cheia de novo e de novo: reveja suas insatisfações novamente e dê início a um novo ciclo...
Toda magia depende de capacidade de imaginação e realização e é importante deixar claro que você deve concentrar seus esforços em sua vida e não na vida dos outros...
A cada mudança de estação, cheque suas anotações e perceba o que você conseguiu efetivamente mudar... e fique feliz e satisfeita com você e agradeça ao Cosmos e à Deusa dizendo:
 
Eu estou na Deusa e a Deusa está em mim!!!
 
 
Encaro a Deusa como perfeita em suas intervenções em nossa vida e esta perfeição, ao meu ver, se reflete em ações justas, mescla de amor e crueldade muitas vezes, mas que desembocam sem dúvida em mudanças profundas em nosso modo de ser no mundo.
E afinal, o que é ser boazinha? É fazer acontecer para nós tudo conforme nós queremos?
Se for neste sentido, não, ela não é boazinha, pois este é um conceito judaico-cristão que considera bem e mal como absolutos. Nas religiões naturais e tradições ligadas à Deusa, estes conceitos existem apenas como relativos. Quer um exemplo? Você está doente e tem que tomar um remédio amargo... humm... que ruim... mas este mal se transforma em bem quando você se cura, daí o que era aparentemente mal, se transforma num bem.
O ser humano tem o vício de imaginar o Sagrado com as mesmas características suas e daí encaminhar sua vida esperando que todas as pedras de seu caminho sejam retiradas, ficando apenas as florzinhas dos campos silvestres, onde a mocinha boazinha (a que aceita tudo de todos), andará alegremente em seu vestidinho leve e transparente.
Bem, se a Deusa fosse assim o que de bom ela estaria nos fazendo? Deixando nossa vida ser um caminho florido, onde estariam as lições que fariam nossa transformação de Princesinha para a Rainha poderosa que no fundo queremos ser? Sim, porque toda princesinha recatada e submissa assume o papel de vítima e aceita como seu um personagem que deveria ser, no máximo, momentâneo, pois se refere a uma fase de nossa vida, ligada a um aspecto da Lua Crescente, que é o da Donzela.
Mas afinal, quem é que disse que você precisa ser boazinha, submissa, recatada e dócil? Sua mãe, tia ou avó? Presta atenção nas vida delas... elas são como mandaram você ser? E se o são... elas são felizes? Satisfeitas sexualmente? Realizadas enquanto mulheres? Ou carregam ventres cheios de frustrações de uma vida mal vivida, acumulando doenças que servem apenas para torná-las mais mártires, exemplos a serem seguidos para quem quer entrar no “Paraíso”?
E esse Paraíso idealizado por elas, existe mesmo?
Mestre Jesus disse para julgarmos a árvore por seus frutos... O resto agora fica por sua conta.
Eu de minha parte digo e repito: - Eu estou na Deusa e a Deusa está em mim!
Sendo assim, procuro viver e aceitar todos os aspectos da lua e o que cada aspecto tem de agradável ou desagradável.
E o 1º passo é rever seus conceitos de bem e mal, amor e crueldade!
 
 
As características do Sagrado Feminino, ou da Deusa, como gosto de chamar, são sempre ligadas à promoção da vida e da morte, porque esta é a função da Deusa: ser semeada, gestar, dar a vida, alimentar, matar, reciclar com a morte e ao ser semeada novamente, produzir outros e novos frutos.
Com isto, temos como características positivas do feminino: gerar, conter, nutrir, acolher e entreter.
E como negativas: aprisionar, rejeitar, privar e matar.
Características positivas não são chamadas assim porque são boas, mas porque são ligadas ao pólo vida, enquanto que as negativas, são ligadas ao pólo morte, que nada mais é que o re-início de uma nova vida!
Para vivenciar a Deusa que cada um de nós tem dentro de si, temos que aceitar estes dois pólos - vida e morte - e aplicar em nossas vidas suas características.
Vamos começar com os aspectos positivos: acolher, nutrir e entreter aqueles a quem amamos... através de um jantar, uma comemoração, ou mesmo de um e-mail, de um abraço, um olhar...
Porém, vejo muitas vezes as mulheres confundirem acolhimento com aceitação.. Porque uma mulher deve aceitar fazer sexo com um homem que não é compatível com ela?
Não me diga que é porque ela foi educada assim, essa desculpa não pega mais, porque ela também foi educada a tantas outras coisas que não segue, porque apenas de algumas não consegue se livrar?
Tudo bem que a carência faz as pessoas, principalmente as mulheres, agirem  em busca de companhia, mas se uma ação vai nos trazer sofrimento e se para nos relacionar com alguém precisamos nos dopar e anestesiar, então algo está errado, não?
Se você tem vivido assim, comece a usar o pólo morte da Deusa: rejeite, prive e mesmo mate o que não você não gosta em sua vida, eliminando defeitos, desligando-se de pessoas, ou mesmo hábitos que você não quer mais...enfim, recicle sua terra interior, para que você possa ser semeada novamente e produzir outros, novos, frutos...
Se melhores ou piores... quem é que pode ter certeza sobre o futuro?
Se quisermos certeza, não saímos do lugar...
A Mãe tem certeza do filho que vai nascer? Mas mesmo assim ela não deixa de gerá-lo...
A Anciã Vó-Aranha nem sempre sabe como vai ficar a teia, mas não deixa de tecê-la...
A Donzela nem sempre sabe como será o novo relacionamento, mas não deixa de seduzir seu “alvo”...
E a Bruxa nem sempre sabe se vai acolher ou matar, mas não deixa de entreter...
O importante é repetir a si mesma:
Eu estou na Deusa e a Deusa está em mim!!!

E ter certeza, como eu tenho, que isso, e só isso,
pode mudar sua vida e te transformar na mulher que você realmente pode e quer ser...
 
Um abraço, fé e perseverança em seu caminho!
 
 

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